Conheça a Lore de Profane

Há milhares de anos atrás, Irisfel, um dos Deuses Maiores, contemplava na vastidão do universo um Fragmento de Planeta sem nome. Um local árido, envenenado, rodeado por um mar de cinzas e águas negras, sentiu-se pela primeira vez em éons um conflito de admiração e repulsa. Ao mesmo tempo, queria salvar e cultivar a vida naquele lugar esquecido pela criação e removê-lo definitivamente da existência. Em seu conflito, quebrou-se o equilíbrio perfeito que a definia, criando dois pedaços da mesma entidade, agora Iris e Fel, os opostos absolutos.

Fel esconde-se em seu manto da escuridão, ocultando suas vontades e identidade, enquanto Iris veste ao redor de seu pescoço pedaços de sua alma, de onde nasceriam seus filhos, os Elementais supremos, Zheron (Sombra), Rhotas (Consciência), Kod’an (Luz Divina), Obrion (Natureza) e Hurr (Fúria).

Iris e Fel cravaram uma batalha de cem mil anos sobre o novo mundo, e a cada golpe desferido, desintegravam-se sobre o mundo sem nome. Ao final de seu combate, apenas restaram a mão de Iris, pois seu poder jamais seria subjugado e a face de Fel, pois sua motivação jamais se ocultaria daquele mundo.

Zheron concebeu a noite e as criaturas que rastejam nas sombras. Rhotas concebeu o mar, as nuvens e as tempestades que vem com elas. Kod’an concebeu o sol, o fogo e a cegueira àqueles que os contemplavam fixamente. Obrion concebeu as plantas e a certeza de que tudo voltará à terra. Hurr concebeu os animais, o sangue e a sobrevivência do mais forte.

A existência dos elementais era a única coisa que garantia que Iris continuaria viva pois apesar de não sustentar mais uma forma física, Iris ainda vivia na essência de seus elementais. Enquanto eles vivessem, ela também viveria.

Durante muito tempo, os elementais mantiveram e cultivaram o mundo, como era a vontade de Iris, porém, no lado escuro do mundo sem nome, a essência de Fel buscava meios de se manter viva também. Após um pacto entre Fel e um ser antigo, talvez o mais antigo habitante daquele mundo: Ouroboros, uma tempestade negra se formou, partindo a terra ao meio e do abismo, surgiram os primeiros homens.

Selvagens e estranhos a este plano, os homens imediatamente utilizaram os recursos do mundo a seu favor. Preocupados com o balanço, os elementais interviram. O líder dos humanos, Torel, foi convocado ao pico da mais alta montanha, onde os cinco elementais questionariam como seria dividido o mundo entre os homens e os elementais.

Orgulhosos e irredutíveis, motivados por um objetivo obscuro, os homens não aceitaram dividir o mundo com os elementais e caçaram e destruíram os filhos de Íris um a um. Ao serem destruídos, contudo, os fragmentos dos elementais permutaram e se espalharam pelo mundo, semeando cada canto do planeta com pequenas partículas do poder de Iris, assegurando que enquanto existir magia, Iris, em sua essência, viverá também.

Após o desaparecimento de Torel, os generais em desespero abordaram estratégias sinistras para recuperar sua coroa, composta por cinco fragmentos maiores dos elementais de Iris, conferindo ao seu usuário, poder absoluto sobre tudo aquilo que acontece sob o céu. A falta de sucesso em todas as buscas alimentou a paranóia e o caos entre os generais. Cada exército se armou de suas artes, conferidas por seus generais por suas pedras menores, ainda dotadas de poderes inimagináveis e nos campos do abismo, marcharam para guerra uns contra os outros. O embate foi tamanho e o desespero do campo de batalha permeou o ar com um miasma tão maldito, que levou cada combatente e soldado à loucura. Todos aqueles que voltavam para cidade, aterrorizavam os cidadãos comuns.

Não muito tempo depois, uma ordem de guerreiros brancos (que não se usavam de magia), se voltou contra os integrantes do exército, generais e reis, criando a ordem dos Inquisidores de Semisus, unidos pelo único propósito de destruir as pedras mágicas. Os Inquisidores, por apoio popular, não demoraram a se tornar a nova potência militar, presente entre todos os reinos, assim, unificando as cidades sob a mesma ótica, facilitando trocas e serviços. Qualquer usuário de magia, nessa época, seria interrogado, torturado e morto, com sanção do Alto Inquisidor.

O controle que os Inquisidores possuíam era tamanho, que por diversas situações alvos políticos foram capturados e executados sob a premissa de “Praticar Magia” e assim, os inquisidores passaram a ser líderes temidos e odiados.

O poder dos elementais se dissipou por todo o mundo. Após muitos anos, as espécies de plantas, peixes, fungos e minérios se multiplicaram exponencialmente, tal perseverança, potencial e poder era fruto da condensação do pó dos fragmentos no solo, dando a cada espécie uma propriedade mágica distinta.

Aos poucos, a magia deixou de se tornar um tabu e voltou a se tornar algo cotidiano, visto como algo oferecido pelo mundo em várias formas e menos como um artefato de poder a ser dominado. A alquimia se desenvolveu e a medicina e o uso de poções prosperaram como ofício por longos anos, enquanto as pedras mágicas maiores, remanescentes dos Reis Antigos eram guardadas pelo mais alto escalão da Ordem dos Inquisidores, esquecidas.

A planta mais pura, chamada Semente Pristina, condensava um minúsculo cristal, que quando coletado em grandes quantidades e com o ritual e reagentes corretos, pôde ser transmutado em um pequeno cristal de magia elemental, uma versão limitada, mas similar às dos cristais maiores dos Reis Antigos.

Quando cada lâmina de grama, árvore e pedra possui uma propriedade mágica, se provou impossível para os Inquisidores manter o controle dos usuários de magia e aos poucos eles perderam sua autoridade, tornando-se uma ordem que opera nas sombras, caçando usuários de magia marcados pela própria inquisição como “alvo perigoso”.

Continua…

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