Escritor de TERA fala sobre o Mercado Ocidental e sobre a Valquíria

Em preparação para o lançamento da classe Valkyrie para consoles, perguntamos a um dos escritores do TERA, Scott James Magner, sobre a experiência de trazê-la ao mercado ocidental e o desenvolvimento do folclore das valquírias. 

A valquíria tem um pouco de história aqui na En Masse Entertainment e, assim como a própria classe, sua história precisa de alguma explicação.

Sempre que recebemos conteúdo novo para o TERA, seja em classes, trajes ou campos de batalha, nós começamos um processo de localização completo, estudando detalhadamente qualquer mudança do jogo antes de alterar qualquer termo traduzido e, ao mesmo tempo, escrevendo todo o texto relacionado à esta mudança.

Mas, para a Valkyrie, encontramos mais desafios que o de costume. O nome da classe foi originalmente traduzido como “glaiver”, que não se encaixou bem com o os nomes de classes que nós já tínhamos no jogo. Por isso, antes que pudéssemos começar a criar as habilidades, itens, trajes ou missões, precisávamos de um novo nome para a arrojada lutadora castanic.

Depois de um longo debate interno, e com os feedbacks da comunidade TERA, colocamos a questão para votação, pedindo aos jogadores que escolhessem entre diversos nomes novos. Ganhou Valkyrie, e finalmente pudemos começar o processo de localização.

Como você encaixa a valquíria, um conceito germânico único, dentro de um jogo de MMO coreano? Com um prazo de entrega iminente e algumas milhares de palavras a serem escritas, decidi resumir o personagem a seus elementos principais. As valquírias são uma classe de raça restrita, reservada apenas para as personagens femininas castanics. E já que os castanics formam uma sociedade intensamente matriarcal, fez sentido que as NPC valquírias fossem muito poderosas na sociedade castanic.

Então, onde elas estavam? Porque nós, fãs do TERA (e escritores, embora fãs também), nunca ouvimos falar sobre elas? Elas eram uma ordem marcial secreta conhecidas apenas pelos castanics, mais especificamente, NPCs matriarcas castanics, que nunca são vistas no jogo. E elas tinham que fazer parte de uma ordem secreta muito, muito antiga, já que a missão que descreve suas origens começa em uma seção do mapa que foi separada do resto do mundo por gerações.

Todo mundo ama uma boa conspiração, então eu vasculhei toda a nossa história (publicada e não publicada) sobre os castanics, procurando por “buracos na história” nos quais eu poderia escrever. Não demorou muito e, em uma semana, eu já tinha escrito algumas pequenas ficções para os livros no jogo e três roteiros para meu colaborador frequente, o artista sênior da EME Josh Fulmore, a serem transformados em quadrinhos.

Com o nome e a história resolvidos, agora eu podia focar nas habilidades. Com a ficção que escrevemos, podíamos facilmente explicar por que suas habilidades eram tão diferentes daquelas das classes mais “modernas”. Sua origem antiga permitiu que usássemos termos nórdicos, como Ragnarok, Bloodflower e Gjallar Horn para nomes de habilidades, e também Spinning Death, Shining Crescent e Maelstrom. Incluímos um pouco do folclore até mesmo na descrição de suas habilidades, mencionando como a valquíria manipula a energia de sonhos para efeitos explosivos.

Eu poderia me alongar, mas não quero estragar a surpresa. Então vou deixar um pouco do folclore das valquírias só para atiçar a curiosidade, e vejo vocês no jogo!

Deixo você com isso, minha irmã da tempestade. O cheiro azedo de sangue fica em você, não importa quantas vezes você se lave.

As memórias dos mortos, olhos negros, memórias de corpos destorcidos com rostos de amigos, nunca a deixarão.

Minha avó estava errada e, muito provavelmente, a sua também. Paciência, tolerância, aceitação… não somos assim.

Não somos mais as guardiãs da história. Somos vingança, escolhemos os mortos.

Nós somos valquírias e, como profetizado e três vezes esculpido em pedra, nosso tempo virá novamente.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo